Quando ele me procurou..

Quando ele me procurou, deveria ter pensado nas consequências de tal ato. Afinal, foram 16 anos sem ter notícias suas. E jamais poderia imaginar que ele voltaria assim, revirando a cidade inteira atrás de mim. 
Eu estava quieta em meu canto, e havia saído de um casamento pra lá de infeliz. Foi quando ele acabou encontrando meu número de telefone e ligou. Ao ouvir a voz, vi que era conhecida. Desliguei o telefone. Ele novamente ligou, tornei a desligar. 
Na terceira, ele disse quem era. As pernas tremeram o coração descompassou. Parecia que o passado havia voltado. E eu não deveria ter (re)mexido nesse passado que foi para mim de recordação. De amor mal resolvido. 
Foi assim que ele me achou. Revirando a cidade de São Paulo, perguntando as pessoas conhecidas onde poderia me encontrar.
E o que era apenas para ser um pedido de perdão depois de tantos anos, transformou-se numa tórrida história que durou ainda um bom tempo e me marcou de forma profunda. Porque quando amamos uma pessoa verdadeiramente e não a vemos mais, seguimos nosso destino. As coisas amornam e ficam no fundo do baú. 
Quando esse mesmo destino reaparece a sua frente em forma de cabelos castanhos, pele morena e tatuagem mal apagada no braço, é mexer com a libido. É  fazer com que aquele vulcão adormecido entre em erupção. 
E nessa de me jogar dentro da piscina com ele, vivi meus melhores momentos por achar que finalmente teria um final feliz. Porque ele me prometera isso. E não cumpriu.
Já se passaram quase 10 anos, desde a última vez que o vi numa manhã meio fria em que ele dissera que voltaria. Talvez eu saiba onde ele esteja, talvez eu sinta vontade de um dia revê-lo. 
Apenas para que ele me olhe nos olhos como fez da última vez e me responda porquê. Porque voltar e (re)mexer na ferida, se a intenção era ir novamente embora para nunca mais voltar. Coisas que um coração machucado talvez não queira mais sentir ou escutar.
Mesmo assim o perdoei. Afinal, tenho uma vida pra cuidar e viver.

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