Talvez..

Talvez eu ainda te ame, talvez eu ainda te chame, talvez eu já tenha te escolhido lá de outra vida.
Talvez eu te espere, me desespere, talvez eu mande noticias.
Talvez eu ainda sinta o céu forrado de estrelas e a gente se deite nele só pra sentir que o toque ainda faz falta, e que o amor ainda aflora quando você sorri e me beija como antes.
Tocar tuas costas me leva a um lugar mais distante que não dá pra mensurar, quando você me puxa pela cintura falta o ar.
Certos gostos à gente não esquece, certos sentimentos enraízam, certas confidências não se espalham a ninguém.
Acho que nada mudou. Talvez nosso semblante um pouco mais maduro, talvez as coisas que tivemos que passar esse tempo todo um longe do outro. Mas quer saber?
Eu ainda te adoro, eu ainda sinto como se você me provocasse por inteiro. Como se fosse aquele janeiro em que saímos sem rumo, ou naquele dezembro em que te reencontrei.
Não sei, mas cada vez que aquela música toca, eu volto no tempo. Volto mesmo. Talvez eu a dedique a você, talvez eu a cante em seu ouvido. Talvez eu viva insistindo nesse talvez que me assombra, mas que me dá uma luz perceptível ao coração.
Talvez eu continue sonhando abrindo meu diário e te colocando ali, sem que ninguém mexa, sem que ninguém interfira nas coisas que escrevo pra você.
Ninguém pode me proibir de ser feliz, ninguém pode me proibir de amar alguém. Foi assim que a vida quis. Tudo bem.
Talvez na próxima ponte aérea talvez na próxima viagem ao redor do mundo eu te abrace e dê várias voltas dentro do seu eu.
Há coisas que não se explicam, e mesmo o tempo passando, seguem junto e por vezes se identificam num lugar mais saudoso, num canto que já foi bom.
Só queria que você soubesse que não te impedi de viver sua vida e nem fui atrás pra pedir justificativa de nada.
A vida é algo muito misterioso pra que eu queira jogar as cartas ou pedir para lerem minhas mãos.
O passado passou, o hoje é aquilo que guardo a sete chaves.
Sinto como se tudo fosse um grande Ballet.
Um Ballet de amor.

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