Hoje estava aqui pensando quanto tempo levei pra aceitar algumas coisas.
Vi que lutar contra a vontade de Deus não me levaria a lugar algum, que discutir também não adiantaria.
Então decidi cuidar das coisas que precisei tratar aqui dentro e, de vez, enterrar tudo aquilo que precisava descansar em paz.
Foi um luto silencioso, um tempo de permanência que precisou ficar para sair da minha vida ao mesmo tempo me tranquilizando mostrando que é preciso prosseguir.
Hoje eu percebi que dentro dessa imensa massa de pensamentos devaneios saudades e coisas misturadas, eu meio que me perdi e ao mesmo tempo me achei.
Agora as coisas parecem estar voltando para o eixo, para a caixa, para a situação presente sem que eu me doe mais por qualquer coisa que já se tornou intocável na pele na alma, no viço.
O céu azul que criei em minha mente onde seguro uma bagagem de mão, sonhando com a próxima viagem, me fez mais forte, me fez pensar que estou no momento certo, longe dos sentimentos invisíveis e de coisas impossíveis.
O horizonte nasce quando o coração amanhece e agradece, quando sente que coisas findaram e que lágrimas secaram fortalecendo o espírito.
Hoje eu descobri que passei pelos anos com algumas sequelas e que também me permiti não querer mais me lembrar de quem só me fez sofrer.
Tive meus vazios, meus momentos de intensa lucidez e força além de mim.
Se isso se chama cura, me sinto livre de muito mal acumulado, me sinto menos enferrujada menos drástica, menos os outros e mais eu mesma.
Estou fortalecida, estou aprendendo.
Por vezes de pés descalços por vezes sentindo os espinhos da caminhada, por vezes boba e ao mesmo tempo apaixonada. Por vezes dançando solta à minha maneira.
Diante DELE eu me curvo e recebo os lenitivos que me faltam.
Decidi ser paz dentro de um tempo onde pessoas só pensam em ferir e se agredir.
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