Muitos renascimentos acontecem depois de uma perda, uma dor,
algum luto. Acontecem depois de respeitarmos nosso tempo voltando aos poucos a
nossa realidade, aos nossos afazeres sem deixarmos de sentir em nosso coração
aquilo que vivemos.
Acontecem depois que aprendemos a
esvaziar nossas gavetas emocionais, depois que paramos para pensar o que
estamos fazendo de nossas vidas e para onde desejamos ir naquele momento tão
pessoal.
Cada um possui seu tempo e sua necessidade interna.
A maior força que podemos nos permitir muitas vezes é
mostrando as nossas fragilidades, deixando que tudo se acalme no tempo certo
sem que decidam por nós o nosso próximo passo.
Arrumar a casa nem sempre parece tarefa fácil quando somos
levados por tsunamis incontroláveis ou quando de repente tudo parece não ser
mais a mesma coisa onde a mobília precisa ser trocada e a alma renovada.
É aos poucos que vamos tomando consciência da situação, é
aos poucos que vamos voltando pro nosso espaço fazendo dele o que precisamos
para nos reconstruir.
Não devemos jamais sentir vergonha de nada, jamais devemos
nos desculpar por colocar para fora aquilo que aciona o gatilho do que já
deveria ter saído de dentro de nós limpando nosso eu.
Muitos renascimentos acontecem quando sentimos
em nós uma luz própria que vai reacendendo conforme o que vamos emanando,
conforme o que Deus vai mostrando, acalmando o coração.
Depositarmos fé em nós mesmos, deixar secar as lágrimas e
confrontar a realidade é mais seguro do que nos perdermos por aí.
É difícil, mas é preciso tentar e aceitar o que passou se juntando com
força na alma.
Sermos espiritualizados não significa que devemos dizer amém
a tudo. E é expurgando muitas vezes aquilo que trava que nos liberta.
O renascimento está em nossa resiliência e na nossa
capacidade de nos enfrentar e de nos comunicar com nosso mundo interno para que
aceitemos o mundo externo.
Renascemos muitas vezes e nem percebemos como fomos corajosos
ao atravessar mais uma batalha, ao percebermos que muitas vezes voltamos para a
estaca zero, mas que há a mão de Deus para nos ajudar a levantar.
Estamos aqui para aprender e não para nos maltratar, embora
muitas vezes nos maltratemos por conta do que fazem conosco, por conta do que
fazemos a nós mesmos.
Estamos aqui para aprender com os altos e baixos da vida. E
cada evolução é um sustentar no espírito.
Só assim levamos conosco as coisas que nos tornaram o que
somos.
Nos levantantando e erguendo nossa alma diante da vida que se abre, renascemos de novo.
Sil Guidorizzi
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