Ela não quer amores frios..

Ela cansou da mesmice, de alguns destemperos. Ela cansou de falar e ninguém ouvir.
Ela quer o café quente, não quer amores frios.
Ela tem dado sempre dois passos à frente embora por vezes se sinta em alguma esquina vazia.
Tanto faz, tanto fez.
Ela sabe que hoje é diferente de ontem e que nem todo mel adoça sua boca.
Ela vê portas e janelas, vê o seu ar sair e entrar dentro da velocidade em que ela se concede paz, ou desespero.
Ela já amou. Amou com a alma de uma leoa, já impôs o caminho da distância depois de dias sem certeza do futuro, de ter que sentir o que mais desejou, sair da sua vida.
Ela já sentiu o fel, já sentiu o barco naufragar, viu a alma sair sem perceber que também conseguiu se superar e se devolver para si mesma.
A mente dela por vezes tão congestionada, daria um livro, daria a certeza que em suas digitais tocou a vida de alguém.
O amor de cabeceira, a noite mais longa, interminável;a insônia, a saudade batendo forte como dor no coração, fez dela alguém que aprendeu a se equilibrar na corda bamba, a suar, a suportar a dor mais profunda.
Ela troca os pés pelas mãos, sai correndo escondendo o grito, perdoa sem querer olhar, perdoa sem dizer uma única palavra, perdoa ao se ausentar.
Os erros, os acertos, as frases escritas, tudo transforma o seu habitat em desejos intermináveis, em lugares onde tenta chegar.
Ela cansou, e deu um ultimato a si mesma. Ou muda, ou cria raiz. Ou toma vergonha na cara ou se ajeita com qualquer sobra.
Ela optou por ela. Na entrada, na saída, nos esbarrões, nos tapas na cara que levou da vida.
Dói, passa.
Passa, como agora em que ela está aqui soltando o que prende. Ela não precisou dar o troco, não precisa mais passar recibo.
O que vem de Deus, é ensinamento, o que vem das pessoas algumas vezes é livramento.
E hoje, tudo que ela quer, é sentar em qualquer canto e se ajeitar consigo mesma. Não precisa de barulho, não precisa de hipocrisia.
Precisa dela mesma e da força que advém da sua história de vida.

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