Nada é dela, nada lhe pertence.




 
Foi quando ela respirou fundo, firmou o pensamento em tudo que era preciso agradecer e sentiu certo alívio no peito.

Era o coração se aproximando ainda mais de Deus.

Que transição era aquela, que dia era aquele, que pensamento havia tocado seu agora.

Foi quando ela se repetiu algumas frases, consolidou o firmamento em algo mais sagrado e poderoso.

Ela cumpriu o dever de casa, apagou algumas coisas, refez novamente o trajeto do seu destino mesmo sabendo que tudo poderia mudar em um segundo.

Ela aprendeu, desprendeu, descobriu que ainda sabe o que faz, que Deus toma conta, que o ar da manhã pode ser revelador.

Ela destrancou a porta, abriu a janela, sentiu algo além dela tocar os poros da alma.

Havia uma névoa úmida molhando as beiradas da vida, mas ela sabia como continuar, sabia como reacender seu espírito desejoso de luz.

Sem pressa, sem julgamento, sem ser vencedora ou perdedora, havia apenas a missão a que ela se destinou.

E ela se sentiu melhor assim, se sentiu mais capacitada, se sentiu mais ativa e menos envergonhada, menos impiedosa de si mesma.

Nada é dela, nada lhe pertence.

Dentro da capacidade de revelação interior, ela afastou àquilo que encobria seu ser.

Ela tem feito sua parte, tem sido grata, tem sido útil.

Foi quando ela redescobriu um mundo diferente, conheceu pausas, viveu silêncios mais profundos e reveladores.

Cabe a ela, se manter dentro desta frequência espiritual, alavancando o coração para chegar até a mais liberta conexão de paz interior.

Ela sabe, ela pretende seguir esses fundamentos, esse estímulo de algo superior que lhe dá a vivência que precisa.

Gostem, ou não.



Sil Guidorizzi

Imagem de 원규 이 por Pixabay



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