Deus tem feito tudo à sua maneira.
Tudo mudou de repente, tudo tem se ajeitado dentro do que
agora se torna mais claro para minhas retinas.
Eu não vou desistir do que ainda acredito.
As bagagens agora são poucas, o caminho de quem já se
sentiu derrotada e frustrada ficou para trás.
Quem me amou, me amou. Quem fez jogo de cena se transformou apenas em um episódio ruim.
Eu ainda tenho memória, afetos, lugares que mesmo dentro de
todo caos, consegui sobreviver.
Ando de cabeça erguida porque sinto que saldei muitas
dívidas internas.
Ando sem me sentir pequena, ando de alma mais madura.
Acho que tenho esse jeito antigo de quem sabe que não sou
daqui.
Mas se eu estou neste lugar, onde na verdade escolhi, sigo
costurando meus rasgos, sigo atenta ao que muitas vezes ignorei.
É preciso muito jogo de cintura para manter a mente sã e o
coração mais tranquilo.
Sou ciclo, impermanência e gratidão por tantos ensinamentos.
Estou sem pressa, sem oferecer amargura para a vida porque
ela também soube abraçar e corresponder.
Acordo e respiro com mais compaixão por mim.
Ando comigo, e não busco ser réplica de ninguém.
Sou protagonista do que almejo, e hoje, ajeitando meu
silêncio, compreendi como é necessário reciclar o próprio ser.
Não tenho tempo para cuidar do que não é da minha alçada.
Calçadas esburacadas e gente sem caráter já estiveram meu
caminho.
Tropecei, machuquei, curei.
Mas nada como o tempo para mostrar quem é quem.
Sil Guidorizzi
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