Já morri de amores, já relutei, já deixei acontecer. Hoje eu não insisto e sigo sem roteiro, com algumas pausas dentro do que nem planejo mais.
O tempo
mostra e ensina o que é necessário aprender.
Depois que
aprendi a não expor os bastidores da minha vida, a cadenciar mais o coração e a
não me desgastar tanto, confesso que ganhei em sabedoria e libertação.
Depois que
aprendi a não querer sujeira debaixo do tapete, percebi que uma alma mais limpa
e franca fica mais transparente e confiável, fica com mais nitidez e brilho no
olhar.
Confesso
sentir-me um pouco isolada, reservada, dando-me o direito de não remexerem em
minhas coisas, em meu desarrumado.
Prefiro
vibrar internamente, prefiro fazer uma prece honesta, prefiro colocar em meu
amém, as minhas atitudes do dia, o coração que se deixou ouvir.
Muita coisa
lá fora anda sem vida, muita gente anda sem tempo para coisas mais importantes.
Muita coisa
passa despercebida no vaivém do cotidiano.
Tenho sorte
de estar aprendendo, tenho sorte de não mais me misturar com pessoas tóxicas e
sem futuro algum para mim; tenho sorte de ter Deus ao meu lado, sorte de
possuir um lugar para voltar, todos os dias, sem querer destruir a vida de
ninguém.
E quando
Deus cabe no sentimento, cabe dentro da gratidão, cabe solto, cabe vivo, cabe
de um jeito mais humano.
Deve ser por
isso que eu não me incomodo com qualquer coisa que conspire contra, porque o ar
que eu respiro tem fé, tem luz, tem esperança.
E com ela eu
danço com ela eu me deito e acordo levando minha humildade por onde for.
Graças a ELE
sinto que as noites, por vezes, mais frias se aquecerem e que não há nada como
continuar tentando.
Já morri de
amores, já relutei, já deixei acontecer. Hoje eu não insisto e sigo sem
roteiro, com algumas pausas dentro do que nem planejo mais.
A vida, por
vezes, me questiona, eu faço que não entendo e fecho os olhos em sinal de que
respeitem meu momento.
Aprendi que
nem sempre serei forte, nem sempre serei tão ágil e presente. Mas serei eu
mesma dentro do que eu puder fazer acontecer, tentando ser justa, íntegra e
inteira.
Não busco a
metade da laranja. Busco apenas mais inteireza no quesito viver.
Tudo para
mim é para o momento que vivo, porque de nada adianta ir atrás do que já
passou.
Talvez, ser
franca comigo mesma tenha mudado alguns hábitos, tenha me trazido algo a mais.
Depois que aprendi a me desobrigar de certas coisas, o tempo passa de um jeito mais simples e menos complicado.
Certos
desesperos, e a mania de sempre carregar o que não é meu, já não fazem mais
parte das coisas que preciso.
Sigo menos
ofendida porque não ouço mais os ofensores.
Cada um que
carregue aquilo que possui dentro do coração.
Eu sigo
viagem com pouca bagagem. Nada me pertence.
Não me
obrigo a ficar por ficar.
Estou
valorizando cada centímetro de vida; estou cultivando o hábito de me perdoar.
Não sou
perfeita e muito menos dona da verdade. Mas já vi muita gente hipócrita
disfarçada de boas intenções.
O tempo
mostra e ensina o que é necessário aprender.
Tenho
observado mais e falado menos.
Bendita a
hora em que despertei!
Sil Guidorizzi
Imagem - Google
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