Minha vida daria um livro, daria um amontoado de coisas que aconteceram, de situações trágicas, de momentos em que tive que aprender a escolher e pensar em mim.
Eu me fortaleci, eu me coloquei em um lugar mais seguro apesar dos tombos e empurrões ladeira abaixo.
Eu vivi uma vida
de tempo, espaço, luta, resiliência e mais respeito pelo que
vim fazer aqui.
No fundo
tudo isso me salvou de algo que aprendi a resgatar aqui dentro, no fundo eu fui
me reinventando com as coisas que passei.
Eu posso ter
meus motivos para não ser assim tão aberta, tão livre a ponto de me sentir
presa pelo ego narcisista de alguém.
Eu estou me
cuidando, sim. Foi isso que eu ouvi pela última vez: se cuida.
Me cuido
porque se eu não me cuidar ninguém fará por mim. E eu não faço mais sacrifício por
aquilo que não vale a pena.
Todo dia eu silencio
um pouco e paro de me atropelar tanto, paro de imaginar coisas que já se
desfizeram na poeira da minha estrada por vezes cheia de névoa e sol se pondo
ao fundo do horizonte mais nítido.
Tudo que sou
me trouxe maturidade, tudo que não quero deixo explícito no que digo.
Parei de fazer
rodeio, parei de ficar em cima do muro, parei de ficar na mesma estação.
Se eu sinto
paz neste momento, se eu sinto que já me desfiz de boa parte das coisas tóxicas
que rondaram meu caminho, sinto que progredi, sinto que não regredi e nem fui
bater novamente na porta de quem me fez sofrer.
Minha vida
tem trechos, fragmentos, continuidade, dias de solidão, dias de música suave e
refazimento espiritual.
Eu sempre
preservei a fé na alma, sempre enxuguei a lágrima mais profunda e segui em
frente.
Eu gosto de
sorrir, gosto de me descobrir; tudo que passei foi ensinamento, foi para mostrar a força que tenho.
Estou
conseguindo muito mais do que imaginei porque parei de me fazer de vítima para
ser mais dona da minha vida.
Os dias vem
e vão. Continuo firme por aqui.
Sil Guidorizzi
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