Não sei você, mas quando eu me olho no espelho vejo uma sobrevivente, vejo alguém que ainda só quer viver.

 

Às vezes eu sigo sem expectativa, sigo o fluxo de Deus, mas também vivencio histórias que aquecem o coração.

Encarcerada, algumas vezes, pelas forças externas que me colocam contra a parede, muitas vezes dou murro em ponta de faca e não percebo como sou forte e poderosa quando coloco e emano o eu superior para interceder.

Às vezes eu me deparo com o sorriso simples, o gesto solto, o olhar que parece intimidar como se cativa um colo que pede para se chegar.

Não sei você, mas quando eu me olho no espelho vejo uma sobrevivente, vejo alguém que ainda só quer viver.

E quando elucido, edifico, sinto que já avancei e consegui suprir boa parte do que preciso para ser mais honesta com minha casa emocional, caminho sem lamentar o que já foi.

Por vezes é preciso uma grande dose de desapego para se reerguer.

Levo comigo cada aprendizado que não me faz melhor do que ninguém, mas que me levanta todas as vezes que sinto que vou esmorecer.

Eu confio naquele que me fortalece dentro de cada segundo de gratidão e vibração por paz interior.

Vou conversando comigo, vou abrindo aquela caixa antiga cheia de recortes, bilhetes, memórias de lugares que um dia me aqueci sem medo e que não me sequestraram a ponto de não saber voltar para mim.

Eu sempre volto...

Tudo é passageiro, assim como sempre me abasteço do necessário para me renovar.

Um dia eu sinto que pesa, no outro, sinto uma leveza que parece cuidar de mim da forma mais humana e natural possível.

Onde cabe amor, cabe vida, onde cabe luz, cabe afeto, gente de bem, cabem pessoas que se dispõem a serem honestas dentro do meu círculo mais íntimo.

É por isso que eu opto pelo raro e não pelo caro, pelo que ostenta uma ilusão de um faz de conta que não mereço.

Atos gratuitos de amor-próprio fazem bem para a alma.

Cultivam a essência de ser.


Sil Guidorizzi


Imagem - Google

 

 

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