Por: Sil Guidorizzi
Mudaram as estações. Mudaram o rumo dos ventos.
Mudaram o meu caminho, mudaram o que preciso, mudaram muita
coisa em mim.
Mudaram meu jeito de ver, de falar, meu jeito de não me
curvar tanto, de não aceitar menos do que acho que mereço.
Mudaram meus pensamentos, minha maneira de andar, de sentir,
de me acolher.
Mudaram mais do que eu esperava porque a vida passa, e tudo
que ficou, ficou porque é preciso.
Mudaram meus sonhos, mudaram a rota do coração.
Aprendi a me despedir, aprendi a desistir, aprendi a não
ceder só para agradar.
Mudaram minhas perspectivas, minha prosa com o tempo, me
ensinaram o sabor da persistência dentro da dignidade de que tudo vai passar e
ficar bem.
Mudaram minha maneira torta de viver do avesso, mudaram a mobília,
abriram a janela, fecharam portas, me distanciaram daquela dor que vinha
latejando sem parar no peito.
Mudaram para que eu também mudasse para que eu me
encontrasse sem tanto lamento.
Mudaram as estações, mas também muita coisa se ajeitou por
aqui.
Hoje eu me ofereço mais do que me deram.
Muitas vezes não me deram nada; só ilusão e sofrimento. Foi
só apego por algo que não ia durar para sempre.
Respeito cada um que escolheu seguir sua vida, respeito cada
um que teve coragem de ousar e não desistir daquilo que realmente seria a sua
escolha verdadeira.
Não importa, tenho uma boa bagagem, tenho reconhecimento do próprio
terreno.
Hoje é por mim, por quem me deixa livre para cumprir meu
destino.
Das páginas soltas, dos livros lidos, do amor de cabeceira
que não morreu, sigo tranquila nas esquinas da mente.
Elas falam, se encontram, prestam atenção aquelas palavras
grafadas naquele outdoor imaginário que marcou um tempo de descoberta e encontro
emocional.
Também sou suave, sou prece, sou o lugar que esquenta, a voz
que não grita, o silêncio que compreende.
Mudaram, me mostraram, me supervisionaram dentro da estratégia do aprender.
Aprendi, continuo arriscando, riscando, apagando, tentando,
conciliando.
Quero paz.
Paz adquirida é algo único.
Busco por ela todos os dias.
É assim que tem de ser.
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