Sei dar um basta quando atinjo meu limite.


Por: Sil Guidorizzi

Eu vivo pedindo desculpa por tudo. Mas agora eu peço desculpas a mim mesma por ter sido sempre a que se deixou para trás para que outros continuassem bem.

Um dia eu ouvi isso, você pede desculpas de mais por tudo.

Hoje, na verdade, eu só peço perdão por todas as minhas más escolhas, pela falta de maturidade, pela insegurança que muitas vezes não me deixou seguir em frente atrás do que realmente valia à pena.

Eu parei de pedir desculpas a torto e a direito, parei de me sentir culpada por tudo, parei de ser a que dorme no ponto enquanto tudo está acontecendo.

Meus sonhos não são depósitos de descarte da amargura de ninguém.

Eu não estou mais nessa sintonia de espera, de achar que o mundo é cor-de-rosa, que todas as pessoas são boas.

Não são, a maioria cativa o egoísmo, a falta de compreensão, a mania de só enxergar o próprio umbigo.

Eu não tenho mais idade nem paciência para certas coisas.

O tempo voou e muitas vezes eu estagnei.

E todas às vezes que eu paro e penso em mim, desabotoo sentimentos, desabotoo os desaforos, as passagens que me apertaram em meio a alguns conflitos mais íntimos.

Hoje eu sei bem o que preciso e não admiro a falsidade alheia.

Eu ainda vejo luz dentro de mim. Vejo possibilidade de encontro e verdade naquilo que busco.

Ninguém precisa entender, porque já parei com o mesmo discurso, parei de forçar portas emperradas, parei de me sentir prisioneira.

Hoje eu sei o que é liberdade, sei o que é seguir sem tantas correntes me segurando.

Estou me esforçando. Só não forcem demais comigo.

Sei dar um basta quando atinjo meu limite.

Imagem-Pixabay

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