Ela se prendeu em abraços, se jogou em olhares..

Por vezes ela é estranha, ela sabe disso.
Mas é que ela já viveu tantas coisas e lá de onde ela agora assiste o seu caminho ela aprendeu a ser perdão.
Muitas vezes ela demorou até entender o significado de tudo, das coisas que teve que passar da vontade de muitas vezes não querer mais voltar para nenhuma zona de conflito onde sempre a tornaram uma inimiga do caminho.
Hoje ela já não se dói tanto, constrói o que destruíram e não se exibe pra ninguém.
Ela ouve, pensa, analisa e antes de sair pra vida, pede permissão a Deus.
Por vezes ela é compacta nas palavras, extensa na alma e livre feito pássaro que só quer voar o mais alto que puder e mais longe também.
Ela tem história dentro dela ela tem lembranças não muito boas, ela tem no olhar o jeito de quem ainda não desistiu de deitar-se à sombra de um amor frondoso.
Mesmo assim ela abençoa cada dia, cada recomeço cada distração que por vezes a colocou no eixo e a sacudiu.
Ela está em paz, porque tem lutado por isso. Ela carrega pouco, carrega tudo, ela tem descoberto o mundo através de um prisma diferente. Ela olha à sua volta e vê que muito fez, muito tentou, muito se desvencilhou.
Ela se prendeu em abraços, se jogou em olhares, ela deslizou o coração na vida quando aprendeu a ser.
Por vezes ela se olha, discorda de algumas coisas, pensa em tudo que também preferiu passar uma borracha como quem não quer nenhum borrão de tristeza aparente.
Ela suavizou a saudade, recarregou os sonhos e continua muitas vezes sem sentir por onde ir, mas sabe que tudo é passageiro, que seus lutos, suas expectativas por vezes se aglomeram e depois se dissipam e abrem caminho pra que ela possa enfim, sorrir.
Nada mais justo do que ela acreditar que pode que deve que prefere sentir que é amada por quem a sente como ela é. Nada mais justo do que ela se proteger de todo o mal, se benzer, e manter a vigília interna que a faz sobreviver a tudo.
Ela só é humana. Por vezes ela prefere ser criança, brincar e apenas rir.
Por vezes veste a roupa da realidade e encara a vida com seu jeito de mulher. Nem sempre dá pra viver no mundo de Alice. Ela sabe que nem tudo é tão simples assim.
Então, ela espera amanhecer com brio na alma e a gratidão que a faz atravessar os muros que precisam ser derrubados para que sua passagem não seja forçada e sim, agraciada pela lei do amor e da compensação interna.
Ela prefere ir de um extremo ao outro sabendo das dificuldades e também da maciez que por vezes toca sua pele feito brisa boa que envolve o íntimo.
E assim ela se faz, assim ela se fez. Feita de coragem, com pitadas de ousadia, sem nenhuma garantia. Mas próxima de tudo que o coração optou em viver.

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