Hoje foi um dia bom. Um dia de atenção mais plena, dia de
contornar espaços pra sentir onde eu caibo sem que eu me sinta pequena ou só.
Engraçado como de repente me vi solta, saindo da caixa,
atravessando meu espírito com meu consentimento, sentindo menos dor no peito,
porque assim o quis.
O silêncio causa algum burburinho, mas a alma não se sente
enganada e nem frustrada porque a mente mais aberta deixa a luz do sol entrar e
a fé tocar meu coração com paz interna, sem remorso.
Hoje tudo seguiu dentro da normalidade, sem parecer rotina,
sem parecer brincadeira, sem parecer que eu desisti de sentir, de amar, de
tentar, de avançar mais um passo diante do clamor de Deus.
Não há aperto, não há tantos porquês, não há tanto querer
urgente.
Não estou carregando fardo, não estou dispersa, e nem totalmente
imersa aos problemas, aos conflitos, as coisas que amei e que vez em quando se
aproximam de mim.
Hoje foi um dia onde pude caminhar, sentir mais a vida, onde
pude conversar com meu íntimo me deixando ir sem que ninguém me impedisse, sem
que ninguém me puxasse pelo braço ou tentasse me empurrar.
E está valendo a pena ser alguém livre sem deixar as
responsabilidades de lado, mas livre no sentido de não me aprisionar em
expectativas, em promessas em propostas nem sempre reais.
Sinto falta mesmo é de compartilhar as coisas que levo
comigo e que são leais.
Pena que o mundo, e as pessoas, estejam indispostas e não
saibam o que é troca espiritual. A matéria os consome, muitas vezes a ingratidão
é sobrenome, mas aprendi a perdoar, a relevar, a deixar ir e esquecer.
Hoje foi um dia bom, foi um dia a mais, pra jamais me sentir
menos ou perdida na dimensão que criei.
Está mais plano, está mais pleno, está mais vivo.
Mantenho sonhos vivos, mantenho o viço, mantenho a esperança
descansando em cada anoitecer.
São recomeços, são meios, são fins. Mas é o que tenho pro agora, pro que abracei,
pro que processei na mente.
Estou ciente dos Planos de Deus.
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