Eu estou vivendo o meu momento. Imperfeito, impreciso, mas
necessário para mim.
Estou dentro de uma grande arena, onde não escaparei dos
julgamentos, das críticas, das palavras mais doídas, mas estou presente em meu
momento dando a cara pra bater.
Eu estou aqui sem me esconder por trás de uma falsa
identidade por trás de uma falsa vida, por trás de um falso lugar que não me
preenche e nem me completa em nada.
Eu admito que estou tentando, que estou cada dia mais
desbravando meu próprio ser, dentro das inconstâncias, dentro das coisas que me
cercam, das coisas que penso reflito e ajo.
Sou necessária para minha vida sou dona do meu destino, sou
a paz ou a ventania mais persistente.
Já sei o que não me representa, já sei onde a maturidade
prevalece.
Eu erro. Eu não nasci pronta, eu não nasci sendo ideal ou
modelo de referência.
Mas não fico de fora jogando pedras nos outros e nem sinto
necessidade de estar acima de ninguém, nem de sufocar sonhos alheios.
Eu sei a história que vai dentro de mim.
Estou vivendo dentro do meu contexto, onde desfiz aquele
pesadelo interior, onde reaprendi a caminhar já sem muletas, onde deixei pra lá
as coisas que afetaram, e muito, minha paz mental.
Eu já adoeci, eu muitas vezes não consegui externar aquilo
que transbordava, eu fui reaprendendo dentro das minhas próprias armadilhas,
dentro das coisas que sabotei, dentro das coisas que me fizeram acreditar.
Parei de confiar tanto, parei de dizer coisas que ninguém se
importa, parei de transitar em passagens bloqueadas, sentimentos frios, ideias
fixas de que nada dá certo pra mim.
Meu silêncio por vezes vale ouro, meu lugar é onde sinto
que já não há um terremoto subterrâneo chegando até meu espírito.
A luz espiritual é fonte de amor, as adversidades, os
embates, as decisões, a cura que busco, transitam constantemente como um teste
de paciência, resiliência, e respeito pela minha vida.
Graças a Deus, tenho tido a capacidade de discernir, de
permitir o que realmente preciso.
Hoje eu vivo aquilo que sinto como parte do merecimento que
busquei em nome da minha sanidade.
Não penso em nomes, em pessoas, em números, não penso mais
no que poderia ser.
Tudo é um conjunto de acontecimentos e consequências.
Penso em como a vida flui, como as coisas são realocadas,
como os dias passam por vezes depressa demais.
E eu estou aqui, dentro dessa arena onde sou verdadeira.
Somente quem persevera e confia, entende onde conseguiu
chegar.
Muita plateia, sem voz, sem amor, sem compaixão e sem
respeito, não precisa andar comigo.
Prefiro o pôr do sol. Prefiro um entardecer bonito.
Sil Guidorizzi
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